Desvalorização do real frente ao dólar faz investimentos estrangeiros crescerem no Brasil

Dados recentes da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) mostram uma movimentação interessante no setor nacional de fusões e aquisições.

Enquanto o Brasil vive um momento de certa instabilidade no setor político-econômico, o que deixa a maioria dos empresários brasileiros cautelosos com relação aos próximos passos, o investidor estrangeiro está enxergando como oportunidade.

Os dados mostram que no ínterim entre janeiro e março deste ano, dos 167 negócios fechados com capital identificado, 51% tiveram a participação de investimentos estrangeiros, enquanto o capital nacional ficou com 49% de participação.

Esta movimentação seria fruto da desvalorização do real frente ao dólar, atraindo os investidores que buscam um ativo de baixo custo como forma de ainda acompanhar as próximas movimentações do cenário nacional.

Os investimentos tendem a crescer no próximo semestre, especialmente na área da saúde privada, a qual, após a presidente Dilma Rousseff autorizar a entrada de capital neste setor, por meio de medida provisória, está em alta visibilidade internacional.

O setor de varejo e T. I. Também seguem no radar dos investidores que buscam alavancar o mercado, enquanto o setor imobiliário atrai em virtude de suas necessárias reestruturações financeiras.

Ao tempo em que muitos Conselhos estão captando a recente crise, o mercado externo já expressa certa liquidez, sendo o setor de fusões e aquisições uma alternativa ao mercado de capitais, destacando-se especialmente os fundos de Private Equity.

Embora a maior procura ainda seja por ativos de baixo custo, em virtude da seletividade oriunda do atual momento político-econômico, o peso que o mercado Brasil representa no cenário internacional dificilmente será ignorado.

Priscilla C. Peixoto do Amaral é advogada, sócia do escritório CHC Advocacia.